A aprovação do Viagra em 1998 continua sendo importante para vida sexual de muitas pessoas, tendo promovido uma revolução no campo da disfunção erétil, nestes últimos 25 anos.
Através dos estudos sobre a fisiologia da ereção, foi possível tratar diferentes tipos de disfunção erétil masculina.
Como experiência comportamental o Viagra quebrou a paradigma de limite para vida sexual do homem após os 60 anos. Ficou claro que sendo um medicamento, é recomendável haver acompanhamento médico e atenção no uso.
O Viagra não se propõe a ser um afrodisíaco, muitos outros fatores estão implicados para uma boa vida sexual.
Estudos mais recentes sobre sexualidade, desenvolvidos pela Dra. Rosemary Basson no decorrer sua experiência de 30 anos como docente, psiquiatra e pesquisadora na Universidade of British Columbia, reconceituaram o formato da resposta sexual humana, apresentando nova compreensão sobre a vida sexual (2001). Eles definem que a resposta sexual é composta de vários estágios: motivação sexual, satisfação, estimulação sexual, responsividade ao desejo, excitação sexual e estado mental e corporal, compondo um modelo circular. Também como parte deste ciclo, experiências anteriores vividas, assim como expectativas de experiências futuras, levando em conta aspectos psicológicos e relacionais como fatores relevantes.
O que nos leva a pensar sobre quais são os fatores relevantes, que ocorreriam por algum comprometimento em algum destes estágios do ciclo sexual, levando à dificuldades sexuais.
As questões abaixo fazem parte da avaliação, e entendimento em quais estágios surgem os comprometimentos.
- Quais são suas motivações para fazer sexo? São motivações de abordagem ou motivações de evitação? Suas motivações são úteis ou inúteis?
- Como suas motivações afetam seu desejo e excitação?
- Que tipo de pensamentos e sentimentos surgem quando você pensa em fazer sexo? Você está ansioso, com medo, desconfortável, etc.? Ou calmo, confiante e seguro?
- Existem estímulos apropriados e suficientes para deixá-lo excitado (por exemplo, o toque e a estimulação de seu parceiro, dicas, etc.)? Se não, o que você precisa e como obtê-lo?
- Se você está em um relacionamento, está enfrentando problemas de relacionamento que estão afetando seu desejo por sexo e sua capacidade de se excitar (por exemplo, conflito, ressentimento, raiva, etc.)? Se sim, o que precisa mudar?
- Você já teve experiências sexuais positivas que aumentaram seu desejo de fazer sexo no futuro? Ou eles foram principalmente negativos? Se sim, como você pode aumentar a frequência de experiência positivas e reduzir as negativas?
A vida sexual dos casais, jovens e longevos está pautada nas respostas a estas perguntas.
Desfocando a dificuldade da sexualidade mais satisfatória, não exclusivamente na disfunção erétil e desinteresse na vida sexual, mas no entendimento da reação e vivência do modelo circular proposto pela Dra. Basson e sua equipe.
Basson, R. (2001). A resposta sexual feminina: um modelo diferente. Journal of Sex and Marital Therapy, 26 (1). 51-65. ( link )
Meston, CM, & Buss, DM (2007). Por que os humanos fazem sexo. Archives of Sexual Behavior, 36 (4), 477-507. ( link )
20 anos de Viagra: o que as pessoas ainda precisam saber sobre o remédio – 25/06/2018 – UOL Universa